Postado em: 27/01/2022

Progresso e alívio para tratamento do câncer de mama

Nova medicação, menos invasiva e aprovada em dezembro de 2021 pela na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), é eficaz e mantém a pessoa em sua normalidade diária, proporcionando uma melhora no progresso do tratamento do câncer de mama e, também, alívio dos incômodos decorrentes da doença.

A medicação é resultado de um estudo global de fase III chamado “Federica”, que é uma pesquisa clínica promovida pela Roche feita com dois grupos. Aberto, multicêntrico e randomizado, o estudo tem o objetivo geral de investigar a farmacocinética, a eficácia e a segurança da administração subcutânea (assim como uma seringa de insulina) e em uma mesma dose, de FDC – pertuzumabe e trastuzumabe para administração. A proposta é a sua combinação com quimioterapia em pacientes com EBC HER2-positivo, em condição neoadjuvante/adjuvante.

O estudo, que atualmente está ativo (sem recrutamento) conta com a participação de pacientes com câncer de mama HER2-positivo de três cidades, cujo tratamento seja compatível com a indicação de tratamento com Perjeta e Herceptin neoadjuvante, conforme recomendado nas diretrizes locais.

Ficou demonstrada que a aplicação de ambos os anticorpos monoclonais, usados nestes tipos de câncer, tem igual eficiência (sem efeitos colaterais a mais), que a injeção endovenosa que vem sendo utilizada até então; ou seja, não houve diferença de eficácia nas duas formas de tratar a doença.

De acordo com o Dr. José Luiz Pedrini, Diretor da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) e pesquisador participante deste estudo, o benefício para a paciente é o grau de satisfação, preservando ainda mais a qualidade de vida sem os usuais efeitos colaterais maiores. É uma perspectiva bastante positiva, que indicam uma nova e eficaz estratégia de tratamento; em suas palavras: “O Tratamento com Trastuzumabe e pertuzumabe se faz por 18 ciclos. Um a cada 21 dias. Então o que está aqui demonstrado é que ao invés de fazer uma droga endovenosa por 90 minutos no Hospital, você simplesmente faz uma aplicação na gordura, a cada 21 dias por 5 minutos”.

Ainda de acordo com o mastologista, já estão elaborados os processos por meio dos quais o próprio paciente pode fazer a aplicação, em seu domicílio, sem o inconveniente do dispêndio de tempo, dinheiro ou energia do paciente. Sem a demanda de ter que se deslocar até o hospital, que tende a ocasionar um desgaste físico e emocional, “entramos numa fase de tratar o paciente em estado de saúde, sem lembrar a toda hora de que está na hora de ir para o hospital e ficar fazendo o soro com a medicação”.

É um respeito diferenciado à qualidade de vida do paciente, que deve o deixar mais confortável em sua rotina diária e, assim, mais disposto ao próprio tratamento. Concluindo com o que foi apontado pelo médico já citado, com sua sensibilidade consequente por sua especialidade e experiência no atendimento de pacientes em tratamento, a notícia merece um brinde de celebração à qualidade de vida.

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