Obesidade e Câncer de Mama
A obesidade (IMC ≥30kg/m2) é um grave problema de saúde. É uma doença cujos números estão aumentando ao longo do tempo. O número de pessoas com excesso de peso (ou seja, IMC ≥ 25kg/m2) corresponde a 55,4% (sendo homens 57,1% e mulheres 53,9%). Já o número de pessoas com obesidade é de 19,8% (sendo homens 18,7% e mulheres 20,7%)
Assim como o cigarro, a obesidade é um dos poucos fatores de risco controláveis para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares e oncológicas. Para o câncer de mama o risco associado ao IMC difere de acordo com a menopausa.
Um maior IMC e/ou ganho de peso na perimenopausa são consistentemente associados a um maior risco de câncer de mama entre mulheres na pós-menopausa, particularmente para tumores estrogênio-dependentes. Existe um incremento no risco de se desenvolver câncer após a menopausa de 1,11 vezes a cada 5kg aumentados em relação ao peso na perimenopausa.
A associação entre ganho de peso e o risco de câncer de mama na pós-menopausa pode ser explicada através de aumentos nos níveis de estrogênio resultantes da conversão periférica de androgênio (do tecido adiposo) em estrogênio. Argumentando para esse mecanismo, existem dados que sugerem que, mesmo entre mulheres com IMC normal, um maior percentual de gordura corporal está associado a um maior risco de câncer de mama.
Em contra partida, a prática de exercícios físicos e uma dieta com baixa ingestão de gordura não só contribuem no controle do peso como também são fatores protetores para o câncer de mama, além de reduzir risco cardiovascular e proporcionar uma melhora na qualidade de vida.
Keum N, Greenwood DC, Lee DH, et al. Adult weight gain and adiposity-related cancers: a dose-response meta-analysis of prospective observational studies. J Natl Cancer Inst 2015; 107.