Epidemologia do câncer de mama – abc da mastologia
Em sua obra “Epidemiologia do Câncer de Mama”, os doutores Ruffo Freitas Júnior, Leonardo Ribeiro Soares e Rosemar Macedo Sousa Rahal discutem as estratégias e intervenções potencialmente úteis na prevenção e no manejo da doença, em nível de saúde pública. O câncer de mama é a neoplasia mais frequente entre as mulheres, quer em países desenvolvidos, quer nos países em desenvolvimento. Ser do gênero feminino é o principal fator de risco, com proporcionalidade de 1:100 em relação ao gênero masculino. Essa diferença ocorre, principalmente, em decorrência da exposição hormonal ao longo da vida e pela própria composição tecidual da mama masculina. Também há de ser considerado o processo de envelhecimento, que é um importante fator de risco para o câncer de mama em razão do acúmulo de novas mutações genéticas e pela dificuldade progressiva no reparo dessas alterações (que faz com que o risco a curto prazo de câncer de mama em uma mulher de 70 anos seja cerca de 10 vezes o de uma mulher de 30 anos).
No Brasil, deve-se destacar a importância dos Registros de Câncer de Base Populacional, que coletam e validam diversas informações referentes ao câncer de mama, que podem ser utilizadas para o cálculo estatístico das variáveis de interesse e são amplamente referenciados. Também são consideradas as informações complementares do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do Departamento de Informática do SUS, com o objetivo de padronizar a análise estatística, aumentar a amplitude de avaliação e permitir a validação externa dos dados obtidos.
São abordadas, também em detalhes, as classificações dos fatores de risco que, didaticamente podem ser reconhecidas como modificáveis ou não modificáveis; como, por exemplo, as mutações patogênicas nos genes BRCA 1, BRCA 2 e TP53 (entre outros de menor penetrância). Quando combinados, esses fatores de risco podem justificar diferentes espectros de risco individual e diversas implicações práticas no acompanhamento das pacientes e, então, a importância de os desenvolver com referencial embasado e de qualidade.