Postado em: 05/10/2021

Obesidade e Anovulação Crônica

A prevalência de obesidade em mulheres com anovulação crônica e ovários policísticos é alta (35-60%). A obesidade predispõe à anovulação crônica por pelo menos 3 formas distintas:

 

– Concentrações de estrogênio constantemente elevadas: isso pode acontecer por aumento na aromatização dos androgênios, que resulta em níveis de estrogênios constantemente altos, fazendo com que ocorra um feedback negativo na hipófise, reduzindo a secreção de FSH.  (Lembrando que a queda nos níveis de estradiol que normalmente ocorre no final da fase lútea é um pré-requisito para a elevação interciclo de FSH que impulsiona o desenvolvimento de um novo pool folicular);

– Níveis diminuídos de produção de SHBG hepático, que acaba culminando num aumento das concentrações de estradiol e testosterona livres;

– Resistência à insulina, levando a um aumento compensatório nos níveis de insulina, que estimula a produção de androgênio no estroma ovariano, resultando em altas concentrações locais de androgênios que prejudicam o desenvolvimento folicular. (Lembrar que para o folículo se desenvolver ele tem que ser capaz de transformar o ambiente androgênico em estrogênico. Se dominar o ambiente androgênio, os folículos acabam indo para o caminho da atresia).  

 

A boa notícia é que a perda de peso (mesmo que em pequena quantidade) já resulta na diminuição das concentrações de insulina e androgênio, podendo restaurar a função ovulatória e fazendo com que a mulher venha a ter um ciclo menstrual normal.

 

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